Costurar pode aliviar o estresse? Descubra os benefícios

Por Portal Saúde Confiável

9 de abril de 2025

Você já parou pra pensar por que tanta gente redescobriu a costura nos últimos anos? Não é só por economia, nem só por estilo. Tem algo mais profundo por trás dessa retomada do “feito à mão”. Costurar virou, para muitos, uma espécie de refúgio — um momento de silêncio no meio do caos, uma pausa criativa num mundo cada vez mais acelerado. E sim, essa prática simples pode ser uma poderosa aliada contra o estresse.

Não é de hoje que atividades manuais são associadas ao bem-estar emocional. Mas o interessante da costura é que ela junta foco, repetição e expressão pessoal. E esse trio é ouro quando o assunto é saúde mental. Ao costurar, você se desconecta do turbilhão externo e se conecta com o agora. O barulho do tecido, o som da tesoura, a concentração no ponto… tudo isso vira quase um mantra, um tipo de meditação ativa.

E não precisa ser expert. Mesmo quem está começando — com ponto torto e linha embolada — já sente os efeitos. Isso porque o cérebro entende o processo como um ciclo de criação e recompensa. Você começa algo, vê progresso com os olhos, e no final tem um resultado concreto. Isso gera satisfação, sensação de controle e, claro, prazer. Uma verdadeira dose de endorfina sem precisar sair de casa.

Se você está procurando uma forma acessível, íntima e até divertida de relaxar, costurar pode ser uma resposta. E não, não é exagero chamar isso de terapia — tanto que muita gente já fala sobre o artesanato como terapia com a mesma seriedade de outras práticas voltadas para o bem-estar. Vamos entender melhor por que isso funciona tão bem?

 

Foco no presente e desligamento do caos

Vivemos em um mundo onde é difícil, quase impossível, parar. A cabeça não desliga, o celular vibra o tempo todo, e até o tempo livre vem carregado de notificações. Nesse cenário, encontrar uma atividade que exige concentração no aqui e agora é quase um alívio. Costurar proporciona exatamente isso.

Durante o processo, sua atenção se volta para o tecido, para o ponto certo, para o alinhamento da linha. É um exercício de foco — e isso, por si só, já traz benefícios para a saúde mental. O cérebro desacelera, a respiração acompanha e a ansiedade começa a perder espaço. É como um reset no sistema.

E o mais legal? Esse desligamento acontece de forma leve. Você não precisa forçar nada, nem se isolar do mundo. Basta sentar com seu projeto, colocar uma música, preparar um chá… e deixar que as mãos guiem a mente. O estresse vai embora quase sem que você perceba.

 

Sensação de progresso e autoestima

Uma das grandes frustrações da vida moderna é a sensação de não concluir nada. A gente começa mil coisas, mas poucas chegam ao fim — e isso afeta diretamente nossa autoestima. A costura, nesse sentido, é uma ferramenta poderosa: ela te permite começar e terminar. Do risco no tecido ao ponto final, você vê sua criação tomar forma.

Esse processo traz um sentimento genuíno de conquista. Mesmo que a peça não fique perfeita, o simples fato de ter feito com as próprias mãos já é motivo de orgulho. E esse orgulho alimenta a autoestima, que por sua vez reduz o impacto do estresse e da frustração.

Além disso, o resultado é tangível. Você pode vestir, presentear ou decorar com aquilo que criou. É uma maneira de materializar emoções, transformar tensão em beleza. E, de quebra, ainda ouvir um elogio aqui e ali — o que, convenhamos, também faz bem.

 

Movimento repetitivo e efeito meditativo

Existe um motivo pelo qual práticas repetitivas são usadas como técnica de meditação: elas acalmam. Na costura, isso aparece com força. O ato de passar a agulha, seguir o mesmo ponto, repetir um padrão… tudo isso tem um efeito quase hipnótico. É como se o corpo entrasse num ritmo próprio — e com ele, a mente também.

Essa repetição gera um tipo de “fluxo mental”, onde os pensamentos se aquietam. Você não está exatamente pensando, mas também não está no automático. Está presente. E esse estado é raro nos dias de hoje — por isso mesmo, tão valioso. É nesse momento que o estresse se dissolve, sem esforço, só pela prática em si.

Inclusive, muitos estudos já relacionam atividades manuais repetitivas à redução de sintomas de ansiedade, depressão e até dores físicas crônicas. O corpo relaxa, o coração desacelera e a mente encontra um lugar seguro. E tudo isso sem precisar de grandes estruturas — só linha, tecido e um pouco de tempo.

 

Expressão criativa e alívio emocional

Nem todo mundo consegue verbalizar o que sente. Às vezes, o que está dentro aperta, mas não sai em forma de palavra. A costura, nesse caso, vira um canal silencioso de expressão. A escolha do tecido, das cores, do que bordar ou criar… tudo isso fala de você, mesmo que você não perceba.

Esse tipo de expressão é terapêutica. Você coloca pra fora, sem pressão, sem julgamentos. Só faz. Costurar vira uma forma de traduzir emoções, medos, alegrias ou saudades. E quando isso ganha forma, traz alívio. É como se parte daquilo que incomoda fosse costurada pra fora, ponto por ponto.

Além disso, cada peça criada carrega uma história. Um momento, uma lembrança, uma intenção. Isso dá um sentido mais profundo à prática — e contribui para um sentimento de pertencimento e identidade. Costurar é, também, uma forma de se (re)conhecer.

 

Criação de rotina e estrutura emocional

Quem vive estressado ou ansioso geralmente sente a vida meio desorganizada. Os dias passam sem estrutura, sem ritmo. Incluir a costura na rotina pode mudar isso. Não precisa ser muito tempo — meia hora por dia já ajuda. O importante é criar um hábito que traga estabilidade e conforto.

Essa rotina dá um sentido ao tempo. É aquele momento do dia reservado pra você, pra cuidar da mente enquanto faz algo com as mãos. Com o tempo, isso vira um ritual: preparar o cantinho, pegar os materiais, escolher o projeto. E o cérebro entende essa repetição como um “sinal de segurança”.

Essa estrutura ajuda até a melhorar o sono, reduzir compulsões e fortalecer o equilíbrio emocional. Não é mágica, mas é efeito real. Quando você tem algo que espera por você — um projeto em andamento, um bordado começado — há uma sensação de continuidade, de que os dias têm algo de bom pra oferecer.

 

Conexão com outras pessoas e sentimento de comunidade

Costurar não precisa ser uma atividade solitária. Pelo contrário: há uma comunidade enorme de pessoas que compartilham dicas, projetos, experiências. Participar disso — seja em grupos presenciais, redes sociais ou fóruns online — reforça o sentimento de pertencimento, algo essencial para a saúde emocional.

Trocar ideias, mostrar o que você fez, elogiar o trabalho do outro… tudo isso cria laços. Laços que vão além da costura. É apoio, companhia, inspiração. E, às vezes, é esse pequeno contato que tira alguém de um dia difícil. Não subestime o poder de uma comunidade criativa.

Além disso, ensinar o que sabe ou aprender algo novo com alguém também é terapêutico. É troca. E toda vez que você se conecta com o outro de forma genuína, o estresse perde força. Costurar em grupo, mesmo que virtualmente, é um jeito bonito de lembrar que ninguém precisa lidar com tudo sozinho.

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