Efeitos do Instagram na autoestima: o que dizem os estudos

Por Portal Saúde Confiável

1 de julho de 2025

Você já se pegou rolando o feed do Instagram e, sem perceber, começou a se comparar com outras pessoas? Pode ser uma viagem de alguém, um corpo escultural, uma vida aparentemente perfeita — e, de repente, sua realidade parece meio… sem graça. Isso acontece mais do que a gente imagina, e não é à toa que psicólogos e pesquisadores têm voltado os olhos para os efeitos do Instagram na autoestima.

O curioso é que, ao mesmo tempo em que a rede pode servir como fonte de inspiração e empoderamento, ela também pode virar um gatilho para inseguranças, ansiedade e distorções da autoimagem. Depende de como se usa — e, principalmente, de como se interpreta o que se vê.

O impacto é ainda mais evidente entre adolescentes e jovens adultos, mas não para por aí. Mesmo profissionais, influenciadores e até quem decide comprar conta instagram para crescer mais rápido sentem na pele a pressão por aparência, aprovação e engajamento. A cobrança não vem só dos outros — ela é internalizada, silenciosa e persistente.

Neste artigo, vamos explorar o que a ciência já sabe sobre o assunto. O que os estudos revelam? Quais os impactos reais? E como usar o Instagram sem cair nas armadilhas que ele mesmo cria? Bora falar sobre isso com honestidade — e sem filtro.

 

Comparação social: o algoritmo alimenta o espelho distorcido

Uma das teorias mais recorrentes nos estudos sobre redes sociais é a da “comparação social”. Basicamente, nosso cérebro tende a comparar o que vivemos com aquilo que vemos — e, no Instagram, o que vemos são recortes idealizados da vida dos outros. A equação raramente é justa.

Pesquisas da American Psychological Association indicam que quanto mais tempo se passa na plataforma, maior a tendência de sentir-se inadequado em relação à aparência, estilo de vida ou conquistas pessoais. Isso afeta diretamente a autoestima, especialmente quando a comparação é constante e inconsciente.

E a coisa piora quando se entra em ciclos de consumo passivo. Você rola, vê, absorve — e nem percebe o efeito emocional disso. É por isso que até quem escolhe comprar perfil instagram para impulsionar a presença digital precisa tomar cuidado: o alcance cresce, mas o julgamento (interno e externo) também aumenta.

Esse espelho distorcido alimentado pelo algoritmo pode virar uma armadilha emocional. E reconhecer esse processo é o primeiro passo para sair dele.

 

Filtros, edição e o culto à perfeição

Não é segredo pra ninguém que as imagens no Instagram passam por uma curadoria intensa. Filtros, retoques, ângulos calculados — tudo isso cria uma estética que, aos poucos, redefine o que é considerado “normal” ou “bonito”. E isso tem impacto direto na forma como as pessoas percebem seus próprios corpos e rostos.

Estudos conduzidos pela University of New South Wales apontam que o uso excessivo de filtros e edição está associado a insatisfação corporal e aumento do desejo de cirurgia estética, principalmente entre jovens do sexo feminino. Mas os homens também sentem a pressão, especialmente em nichos como fitness e moda.

Esse padrão de beleza irreal cria uma ansiedade silenciosa. A pessoa posta uma foto e espera que os likes validem sua aparência. E quando isso não acontece — ou quando alguém com aparência “melhor” recebe mais atenção — a autoestima despenca.

É um jogo de expectativas perigosas. A busca pela perfeição acaba virando uma corrida infinita, onde ninguém vence. E o Instagram, com sua vitrine visual, é o palco principal dessa performance.

 

Likes, engajamento e validação externa

O sistema de recompensas do Instagram — curtidas, comentários, visualizações — age no cérebro como uma dose de dopamina. Cada nova notificação ativa o centro de prazer, criando uma sensação de aprovação e pertencimento. Mas essa “recompensa” tem prazo curto. E aí, começa a dependência.

Quanto mais se busca validação externa, mais frágil fica a autoestima. Porque o critério passa a ser o outro: o que acham de mim, quantas curtidas recebi, se meu conteúdo teve engajamento. E se a resposta for abaixo do esperado, a frustração aparece.

Esse padrão é particularmente comum em criadores de conteúdo e microinfluenciadores. Inclusive, quem opta por comprar instagram para crescer rápido muitas vezes se vê preso a essa lógica de aprovação — e começa a medir valor pessoal pelo número de seguidores.

A ciência já identificou esse fenômeno como “autoestima contingente”: quando o senso de valor próprio depende de fatores externos e voláteis. E redes sociais, com seus números visíveis e métricas públicas, são terreno fértil pra isso.

 

Adolescentes e o risco de distorções de autoimagem

Entre os grupos mais vulneráveis aos efeitos do Instagram estão os adolescentes. Em fase de construção da identidade, eles são mais sensíveis à comparação, à pressão estética e ao desejo de aceitação social. E isso reflete diretamente na saúde mental.

Relatórios internos da própria Meta, vazados em 2021, mostraram que o Instagram contribui para o agravamento de quadros de ansiedade, depressão e distúrbios alimentares em meninas adolescentes. Segundo os dados, uma em cada três jovens disse que a rede social piorava a percepção que tinha do próprio corpo.

É um alerta sério — e que exige ações conscientes por parte dos pais, educadores e da própria plataforma. Mas também mostra que o uso da rede precisa ser acompanhado de uma educação digital que vá além do “não poste demais”.

Ensinar os jovens a questionar o que veem, entender o que é real e o que é montado, e valorizar outras fontes de autoestima é fundamental. A rede social não vai deixar de existir — mas o modo como a usamos, sim, pode (e deve) mudar.

 

Quando o Instagram pode fortalecer a autoestima

Nem tudo é negativo. O Instagram também pode ser uma ferramenta poderosa de expressão, autoestima e pertencimento — especialmente quando é usado de forma consciente. Perfis que promovem diversidade, corpos reais, aceitação e saúde mental têm ganhado força e ajudado muitas pessoas a se sentirem mais representadas.

Além disso, o contato com comunidades que compartilham vivências parecidas — como maternidade, LGBTQIA+, neurodivergência ou superação pessoal — pode gerar apoio emocional real. Isso reforça a ideia de que autoestima também é construída coletivamente.

Para muitos usuários, o Instagram se tornou um diário visual, uma forma de contar histórias, registrar conquistas e conectar-se com quem valoriza as mesmas coisas. Quando o conteúdo é criado com intenção e autenticidade, os efeitos podem ser positivos.

O segredo está no equilíbrio: usar a plataforma para expressar, não para se medir. Publicar para se conectar, não para competir. E lembrar sempre que, por trás de cada foto perfeita, há uma vida com desafios — como a sua, como a de todo mundo.

 

Estratégias práticas para proteger sua autoestima no digital

Ok, os riscos estão aí. Mas o que dá pra fazer? A boa notícia é que dá pra usar o Instagram de forma mais saudável — e a ciência já mapeou algumas estratégias eficazes pra isso.

Primeiro: reduza o tempo de uso passivo. Em vez de só rolar o feed, interaja, crie, compartilhe. O uso ativo tem menos impacto negativo na autoestima do que o consumo passivo de conteúdo. Segundo: silencie ou pare de seguir perfis que te fazem mal. Sério, não tem por que continuar acompanhando alguém que só desperta insegurança ou comparação.

Terceiro: diversifique seu feed. Siga pessoas reais, projetos criativos, iniciativas sociais, perfis educativos. Quanto mais plural for o que você vê, menos tendencioso será o seu senso de normalidade. E por fim: pratique o distanciamento. Lembre-se de que o Instagram é um recorte — não um reflexo fiel da realidade.

Autoestima se constrói fora das telas. Mas com escolhas conscientes, ela também pode ser protegida dentro delas.

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