Passar muitas horas ao volante pode parecer rotina para caminhoneiros, motoristas de aplicativo ou profissionais de transporte de carga. Mas essa prática, quando frequente, traz impactos significativos para o corpo e a mente. E não importa se a jornada é por necessidade profissional ou por uma longa viagem: dirigir por períodos prolongados exige atenção especial à saúde.
Para quem acabou de fazer a compra CNH, talvez esse seja um detalhe que passe despercebido. Afinal, no início, a empolgação em dirigir fala mais alto que qualquer preocupação. Porém, com o tempo, o cansaço acumulado e os riscos associados ficam evidentes.
Os efeitos podem ir muito além da dor nas costas ou do desconforto físico imediato. O estresse mental, a fadiga visual e até problemas circulatórios são apenas alguns exemplos das consequências de não respeitar os limites do corpo durante a direção.
Vamos explorar esses impactos e, mais importante, entender quais medidas ajudam a preservar o bem-estar mesmo em jornadas longas atrás do volante.
Problemas musculoesqueléticos
Manter-se sentado por horas seguidas em uma mesma posição sobrecarrega músculos e articulações. A coluna vertebral, os ombros e o pescoço costumam ser os mais afetados, resultando em dores que, se ignoradas, podem evoluir para condições crônicas.
A falta de pausas para alongamento e a má postura ao dirigir agravam o problema. Bancos mal ajustados ou com pouco suporte lombar contribuem ainda mais para o desconforto.
Uma solução é ajustar corretamente o assento e o encosto, garantindo apoio para toda a coluna, e incluir paradas regulares para movimentar o corpo.
Fadiga mental e estresse
O esforço mental para manter a atenção constante na estrada é exaustivo. O tráfego intenso, as condições climáticas adversas e a pressão por prazos apertados aumentam o nível de estresse e favorecem a fadiga mental.
Esse estado reduz a capacidade de reação e pode levar a decisões equivocadas, aumentando o risco de acidentes. A longo prazo, também contribui para problemas como ansiedade e irritabilidade.
Práticas como ouvir música calma, fazer pausas em locais tranquilos e evitar dirigir sob pressão excessiva ajudam a aliviar a carga mental.
Problemas circulatórios
Permanecer muito tempo sentado diminui a circulação sanguínea, especialmente nas pernas. Isso pode causar inchaço, formigamento e, em casos mais graves, favorecer o surgimento de trombose venosa profunda.
Motoristas de longas distâncias estão particularmente expostos a esse risco, já que muitas vezes passam horas sem levantar ou esticar as pernas.
Uma recomendação simples é fazer pequenas pausas para caminhar e realizar exercícios leves de alongamento, mesmo que por poucos minutos.
Fadiga visual
O esforço contínuo para manter o foco na estrada e lidar com variações de luz — como faróis de outros veículos ou reflexos solares — pode gerar cansaço ocular e dores de cabeça.
Esse problema é agravado à noite, quando a visibilidade é reduzida e o contraste visual exige mais esforço dos olhos.
Para reduzir o impacto, é indicado ajustar corretamente os faróis, usar óculos com lentes adequadas (se necessário) e fazer pausas para descansar a visão.
Impactos na alimentação e hidratação
Longas jornadas muitas vezes levam a hábitos alimentares inadequados, como consumo excessivo de fast food e baixa ingestão de água. Isso pode resultar em ganho de peso, problemas digestivos e desidratação.
Além disso, dirigir por muitas horas pode reduzir a percepção de sede e fome, fazendo com que o corpo opere em déficit de nutrientes e líquidos essenciais.
Manter garrafas de água no veículo e planejar refeições equilibradas durante as paradas ajuda a minimizar esses efeitos.
Alterações no sono
Motoristas que enfrentam jornadas longas ou horários irregulares podem ter o sono comprometido. A privação de descanso adequado afeta diretamente a concentração, o tempo de reação e até o humor.
A irregularidade no sono também pode levar a distúrbios como insônia crônica, prejudicando não apenas o desempenho ao volante, mas também a saúde geral.
Estabelecer uma rotina de descanso e respeitar os sinais de cansaço é essencial para evitar acidentes e preservar o bem-estar a longo prazo.